Chovia forte (Muito forte) o céu estava
nublado por completo, não passava das 15h, mas a sensação era mais densa, o céu
repleto de nuvens com cor de fumaça, como quem tragou mil cigarros e soltou na
atmosfera.
Chovia tanto, gotas grossas, chuva de granizo
de água ardente, parecia com as dos meus drinks, mas no momento eu bebia Uísque
quente, quase aproveitei a tempestade para acrescentar no meu copo o que me
faltava na geladeira.
Sentado no chão de casa observando a
tempestade formulando alto, qual quer coisa...
-Ora Deus, não sei se realmente
existe
Mas me cura as feridas da vida, ando sempre muito triste.
Por atos inconseqüentes me encontro aqui agora
Jogado bebendo Uísque, observando o movimento lá fora
Sou um depressivo rejeitado, me cura isso também
Me leva embora logo dessa vida, é a única saída que me
convém.
Compulsivamente fumando um cigarro atrás do
outro, em quanto houver Uísque nesse copo um maço era pouco.
Minha mente já começava a pesar, observando o
céu nublado, me sentia um tanto culpado, imagine se todas as nuvens supostas
fumaças, eram os meus pulmões que as soltava?
Não contente com a paranóia, óbvio que meu
copo não podia ficar vazio, outra dose outro cigarro, e foram horas compulsivas
de um gole e mais um trago. Chovia, ventava o tempo estava péssimo, maldita
tempestade, e tentava formular mais qual quer verso.
Só saia nostalgia, palavras grotescas com
rancor. Chovia, trovejava e doía, pois no meu peito é que era toda essa tempestade.
Nuvens densas de Marlboro e litros contados em gotas de Uísque quente, numa
junção de decepção, que não se cura com água ardente.
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