segunda-feira, 5 de novembro de 2012

            Tempestade existencial.


     Chovia forte (Muito forte) o céu estava nublado por completo, não passava das 15h, mas a sensação era mais densa, o céu repleto de nuvens com cor de fumaça, como quem tragou mil cigarros e soltou na atmosfera.
  Chovia tanto, gotas grossas, chuva de granizo de água ardente, parecia com as dos meus drinks, mas no momento eu bebia Uísque quente, quase aproveitei a tempestade para acrescentar no meu copo o que me faltava na geladeira. 
  Sentado no chão de casa observando a tempestade formulando alto, qual quer coisa...
-Ora Deus, não sei se realmente existe
Mas me cura as feridas da vida, ando sempre muito triste.
Por atos inconseqüentes me encontro aqui agora
Jogado bebendo Uísque, observando o movimento lá fora
Sou um depressivo rejeitado, me cura isso também
Me leva embora logo dessa vida, é a única saída que me convém.
  Compulsivamente fumando um cigarro atrás do outro, em quanto houver Uísque nesse copo um maço era pouco.
  Minha mente já começava a pesar, observando o céu nublado, me sentia um tanto culpado, imagine se todas as nuvens supostas fumaças, eram os meus pulmões que as soltava? 
  Não contente com a paranóia, óbvio que meu copo não podia ficar vazio, outra dose outro cigarro, e foram horas compulsivas de um gole e mais um trago. Chovia, ventava o tempo estava péssimo, maldita tempestade, e tentava formular mais qual quer verso.
  Só saia nostalgia, palavras grotescas com rancor. Chovia, trovejava e doía, pois no meu peito é que era toda essa tempestade. Nuvens densas de Marlboro e litros contados em gotas de Uísque quente, numa junção de decepção, que não se cura com água ardente. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário